quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Penso, logo (Existo?).



Penso, logo existo
E quando não penso
Por que insisto?
Insisto em existir...
Não sendo pensante
O que eu seria?
Mais um animal errante?

Se errar é humano
Existir... é sobre-humano
Por isso, na humanidade
Há tantos desumanos.

G.P.Thiesen
Fevereiro, 2011 

Poeta amador



O poeta amador, ama a alegria
Ama a tristeza
Tudo ama
Ama, apenas.
O poeta amador ama, sobretudo, a dor.
Por tanto amar, escreve (com)paixão;
Perde a razão!

Não se é poeta por profissão
Nem por diversão
Mas por que ama.
Escreve para dentro
Não escreve para fora
Manda a angustia embora
Mas ela insiste em voltar.
O poeta amador é um amante profissional.


G.P.Thiesen
Fevereiro, 2011.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Expira... expira, nada de inspiração...




Com uma lâmpada acesa,
Memória se esforça;
Esforço ela
E nada surge de novo.
Ainda persisto
Não! Não desisto.
Há ainda muito que falar
 novamente me ponho a pensar
Murmurar.
Procurar.
Caneta e papel,
Parede e cabeça.
Uma hora tudo isso se encontra
Então apago a luz
E durmo feliz.

E agora, Matilde?










E agora, Matilde?

A chuva caiu;
A casa caiu.
O morro desceu
O Décio morreu.
Morreu o seu filho
Morreu seu marido
O bosque, já não é florido;
Já não há mais bosque
Nem mais nos quadrinhos
Pois livros não tem.
O sono não vem.
Se não há mais cama
Onde haverá a calma?
Somente um vazio na alma!
E nada mais há de haver.
E agora, Matilde?
Você que está velha
Você que é humilde;
E agora, Matilde?
Quer acordar,
Não quer nem lembrar
O que você quer?
Matilde, você nem mais é mulher!
Faz parte de um número
Você é um numero.
Você é lamento,
É toda sofrimento
É a cara da enxurrada,
Que enxurrou o firmamento.

Pensamentos de um homem


O que será morrer?
Isso que muitos desejam
Que outros preferem não pensar
O que será?
Para onde se vai,
Se é que se vai?
Ou tudo se esvai?
Ou tudo perece?
Apodrece...
O que acontece?
Que diferença haverá?
O caminho só leva para lá...
O que será morrer?
Este Homem quer tudo saber,
Quer tudo mudar
Não quer se calar.
Lobo do Homem
E a terra o come
É o que sabe.
Nada mais saberá.
Nada mais sobrará.

G.P.Thiesen